O Brasil está prestes a se tornar um dos maiores produtores de combustível sustentável de aviação (SAF), graças a um investimento de R$ 5,6 bilhões por parte de empresas chinesas. O anúncio foi feito durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim, onde foram firmados acordos para a produção do combustível a partir da cana-de-açúcar e a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento de energia renovável.
O investimento será liderado pela Envision Group, uma empresa chinesa especializada em energia sustentável, e faz parte da estratégia brasileira de transição energética, incluída na Lei do Combustível do Futuro. O SAF é uma alternativa ao querosene de aviação, reduzindo as emissões de carbono entre 60% e 80%. Além da cana-de-açúcar, outras matérias-primas como palmeira-de-dendê, soja, milho e eucalipto podem ser utilizadas na produção.
O Brasil tem potencial para produzir até nove bilhões de litros de SAF por ano, o que representa 125% do consumo atual de combustível fóssil no setor aéreo do país. O novo centro de pesquisa será desenvolvido em parceria com o Senai Cimatec e a estatal chinesa Windey Energy Technology Group, que atua na fabricação e manutenção de turbinas eólicas de grande porte.
O acordo é resultado de negociações iniciadas em 2024, e reforça o papel do Brasil como um líder global na produção de biocombustíveis. Além disso, a parceria com a China abre novas oportunidades para o desenvolvimento de tecnologias avançadas, como hidrogênio verde e sistemas de armazenamento de energia.