Pela primeira vez na história, as mulheres representam a maioria entre os médicos brasileiros. De acordo com o relatório “Demografia Médica no Brasil 2025”, divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Ministério da Saúde, 50,9% dos 635.706 médicos em atividade no país são do sexo feminino. O levantamento reflete uma mudança de perfil na profissão, marcando uma importante conquista da equidade de gênero no Brasil.
Além desse marco, o estudo revelou que o Brasil encerra o ano com uma média de 2,98 médicos por mil habitantes, um número que, embora superior ao de países como Estados Unidos e Coreia do Sul, ainda está abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 3,7.
Crescimento expressivo em 12 anos
O relatório destaca um crescimento acelerado na quantidade de médicos em atividade no Brasil. Em apenas 12 anos, o número de profissionais dobrou, passando de 304 mil em 2010 para mais de 635 mil em 2025. A projeção é que o Brasil alcance a marca de 1,15 milhão de médicos até 2035, com uma densidade de 5,2 médicos para cada mil habitantes.
Desigualdade na distribuição
Apesar do aumento na quantidade de médicos, a distribuição segue desigual. As regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte dos profissionais, enquanto o Norte e algumas áreas do Nordeste enfrentam uma grave escassez. Em cidades do interior do Norte, por exemplo, a densidade médica chega a ser de apenas 0,75 por mil habitantes, enquanto capitais do Sul exibem índices de até 10,26.
Mais jovens e mais especialistas
Outro dado relevante do estudo é a queda na idade média dos médicos. Até 2035, espera-se que a média de idade dos profissionais no Brasil seja de 40,8 anos, evidenciando uma nova geração que ingressou na medicina nas últimas décadas. Apesar do rejuvenescimento, o índice de médicos especialistas no país (59,1%) ainda está abaixo da média internacional, que é de 62,9%.
Participação feminina em ascensão
O crescimento da participação feminina na medicina acompanha uma tendência global. Em 2009, apenas 40,5% dos médicos no Brasil eram mulheres. Esse número aumentou gradativamente e, em 2025, atinge a histórica marca de 50,9%. As projeções indicam que, até 2035, 55,7% dos médicos brasileiros serão mulheres, consolidando uma mudança estrutural no setor.
O relatório não apenas celebra a representatividade feminina, mas também reforça a necessidade de políticas públicas que promovam a igualdade na distribuição de profissionais pelo país, garantindo acesso à saúde para todos os brasileiros. O desafio agora é equilibrar essa conquista com a busca por maior equidade regional e especialização no atendimento médico.