Desde o século XIX, astrônomos especulam a existência de um nono planeta no Sistema Solar, além de Netuno. Agora, uma pesquisa liderada por um cientista da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com pesquisadores dos Estados Unidos e da França, traz novos elementos para a discussão ao analisar a influência desse hipotético corpo celeste na trajetória de cometas.
A hipótese do “Planeta 9” ganhou força após a descoberta de Netuno em 1846, quando cientistas passaram a observar padrões incomuns nas órbitas de objetos do Sistema Solar externo.
No passado, a busca resultou na descoberta de Plutão, que posteriormente perdeu seu status de planeta. Caso o “Planeta 9” seja real, a expectativa é que ele esteja localizado além do Cinturão de Kuiper, em uma região extremamente remota, fria e escura, o que dificultaria sua detecção.
A nova pesquisa, publicada na revista científica Icarus, simulou a formação e evolução do Sistema Solar ao longo dos últimos 4,5 bilhões de anos, incluindo um nono planeta hipotético no modelo.
Os resultados indicaram que sua presença impactaria duas regiões que servem como reservatórios de cometas: a área expandida do Cinturão de Kuiper e a Nuvem de Oort.
A hipótese moderna mais aceita sobre o “Planeta 9” foi formulada em 2016 pelo astrônomo Michael Brown. Ele argumenta que Netuno não possui força gravitacional suficiente para explicar o alinhamento de seis objetos transnetunianos extremamente distantes.
Segundo o estudo da Unesp, a introdução do Planeta 9 no modelo astronômico reforça essa teoria, sugerindo que sua gravidade pode ser responsável pela organização das órbitas desses corpos celestes.
No entanto, sua identificação segue como um desafio significativo, devido à imensa distância e à necessidade de luz solar para possibilitar sua observação.
O próximo passo da pesquisa será aprimorar as simulações, incluindo cometas de longo período, para compreender melhor suas origens e a possível relação com o “Planeta 9”.