Infecções transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti têm sintomas semelhantes, mas evoluções distintas. Entenda como identificar cada uma e os riscos associados.
As arboviroses — doenças transmitidas por mosquitos — são um desafio global de saúde pública. No Brasil, a dengue, a chikungunya e a Zika são as principais infecções transmitidas pelo Aedes aegypti, um vetor que se prolifera em áreas urbanas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, essas doenças podem ser confundidas devido à semelhança dos sintomas, mas cada uma apresenta características e complicações específicas.
Em 2024, o país enfrentou um dos maiores surtos de dengue da história, com 3,3 milhões de casos registrados apenas nos primeiros cinco meses do ano. Além disso, foram confirmados 111 mil casos de chikungunya e 372 de Zika, reforçando a importância de entender as diferenças entre essas infecções.
Principais sintomas: dengue, chikungunya e Zika
A tabela abaixo compara os sinais mais comuns das três doenças:
| Sintomas | Dengue | Chikungunya | Zika |
|---|---|---|---|
| Febre | Alta (39-40°C), início súbito, sempre presente | Alta (39-40°C), pode ou não estar presente | Baixa (38°C), nem sempre presente |
| Dor de cabeça | Intensa | Moderada | Leve |
| Dor nas articulações | Moderada, pode estar presente | Sempre presente, intensa e com inchaço | Leve, pode estar presente |
| Manchas vermelhas | Pode ocorrer, com ou sem coceira | Pode ocorrer, com ou sem coceira | Quase sempre, com coceira intensa |
| Conjuntivite | Não | Pouco comum | Muito frequente |
| Dor atrás dos olhos | Moderada | Leve | Moderada |
Possíveis complicações
Cada doença pode evoluir para quadros graves, com riscos específicos:
- Dengue:
- Hemorragias
- Choque circulatório
- Falência múltipla de órgãos
- Chikungunya:
- Dores articulares crônicas (podem durar anos)
- Raramente, complicações neurológicas
- Zika:
- Microcefalia em bebês de gestantes infectadas
- Síndrome de Guillain-Barré (paralisia em adultos)
- Risco de parto prematuro e aborto espontâneo
Como prevenir e tratar?
Não existem medicamentos específicos para combater os vírus da dengue, chikungunya ou Zika. O tratamento consiste em:
- Repouso
- Hidratação
- Medicamentos para aliviar sintomas (evitar anti-inflamatórios não esteroides, que podem aumentar sangramentos)
A melhor forma de prevenção é eliminar criadouros do Aedes aegypti, como água parada em pneus, vasos de plantas e recipientes abertos.
Situação da dengue e chikungunya em Garça
De acordo com os registros da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o município de Garça enfrenta um cenário preocupante de arboviroses em 2025, com casos confirmados de dengue e chikungunya. Os dados epidemiológicos mostram a incidência das doenças e seus impactos na região.
Dengue
- Casos prováveis: 3.009
- Casos confirmados: 1.685
- Dengue com sinais de alarme: 53
- Dengue grave: 5
- Óbitos confirmados: 2
- Óbitos em investigação: 0
- Taxa de incidência: 4.014,5 casos por 100 mil habitantes
- Letalidade: 0,12%
Os números indicam uma alta transmissão da dengue no município, com incidência significativa na população.
Chikungunya
- Casos prováveis: 10
- Casos confirmados: 8
- Óbitos confirmados: 0
- Casos em investigação: 5
- Taxa de incidência: 4,8 casos por 100 mil habitantes
Embora os registros de chikungunya sejam menos expressivos que os de dengue, a doença preocupa pelas dores articulares crônicas que podem persistir por meses ou anos. A vigilância epidemiológica continua monitorando possíveis novos casos.
Medidas de prevenção e alerta
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo reforça a importância de:
- Eliminar criadouros do Aedes aegypti (evitar água parada).
- Procurar unidades de saúde em caso de sintomas como febre alta, dores articulares ou manchas vermelhas.
- Não usar anti-inflamatórios sem orientação médica (risco de agravamento em casos de dengue).
Os dados demonstram que, embora a dengue seja a maior preocupação no momento, a chikungunya também exige atenção. A população deve redobrar os cuidados para evitar a proliferação do mosquito.
