O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, registrou um crescimento de 2,7% na safra de 2025, atingindo 55,7 milhões de sacas, segundo o 2º Levantamento da Safra de Café da Conab. Esse aumento ocorre em um ano de bienalidade negativa, que tradicionalmente impacta a produtividade do café arábica. No entanto, a recuperação histórica da produção de conilon tem sido o grande destaque.
A produção de café conilon deve alcançar um recorde de 18,7 milhões de sacas, impulsionada por um crescimento de 28,3% na produtividade. No Espírito Santo, principal estado produtor da variedade, a colheita será de 13,1 milhões de sacas, beneficiada por condições climáticas favoráveis. Na Bahia, a produção deve crescer 28,2%, atingindo 2,5 milhões de sacas e ultrapassando Rondônia como o segundo maior produtor da espécie.
Por outro lado, a produção de café arábica enfrenta uma queda de 6,6%, com uma estimativa de 37 milhões de sacas. A bienalidade negativa e um período prolongado de seca entre abril e setembro de 2024 afetaram significativamente as lavouras, especialmente em Minas Gerais, que registrará uma colheita de 25,65 milhões de sacas. Já em São Paulo, a perda na produtividade será parcialmente compensada pelo aumento da área cultivada, levando a um crescimento de 1,3% na produção total.
Apesar da redução de 1% nos embarques de café para o mercado internacional no primeiro trimestre de 2025, o valor das exportações aumentou expressivos 68,9%. Esse salto se deve à alta dos preços do café, impulsionada pela demanda global e pelos estoques internos mais restritos. Para o consumidor, essa valorização reflete diretamente nos preços praticados no varejo, tornando o café mais caro em supermercados e cafeterias. Além disso, os custos de produção, como insumos e transporte, também contribuíram para o aumento dos preços finais ao consumidor.
Com um cenário de valorização internacional e desafios na produção do arábica, o mercado de café segue dinâmico, reforçando a importância da adaptação do setor e das estratégias dos produtores para garantir competitividade. Enquanto o conilon ganha força, os consumidores precisam lidar com um café mais caro na mesa.