O governo de Portugal notificou quase 34 mil imigrantes para que deixem o país após terem seus pedidos de residência negados. Entre os afetados, 5.386 são brasileiros, tornando o Brasil o segundo país com mais imigrantes em situação de saída forçada, atrás apenas da Índia, que lidera com 13.466 notificações.
Os imigrantes têm um prazo de 20 dias para sair de forma voluntária. Caso não cumpram a determinação, podem ser expulsos à força pelas autoridades portuguesas. De acordo com o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro, cerca de dois mil imigrantes estão sendo notificados por dia, e a taxa de rejeição dos pedidos de residência atingiu 18,5%.
Essa medida ocorre em um contexto político sensível. Nas eleições legislativas do mês passado, o partido de extrema-direita Chega, que tem um discurso fortemente contrário à imigração, obteve um crescimento expressivo e se tornou uma das principais forças políticas de Portugal. O endurecimento das políticas migratórias pode estar relacionado a essa mudança no cenário político.
Diante das notificações em massa, o presidente da maior associação de imigrantes do país criticou a postura do governo, afirmando que Portugal se tornou uma “prisão a céu aberto”, com milhares de imigrantes vivendo sob a ameaça de expulsão.
A política de imigração portuguesa segue sendo um dos temas mais debatidos no país e deve continuar gerando impactos na vida de milhares de estrangeiros que buscam residência legal.