Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vêm enfrentando uma onda de cobranças indevidas em suas contas bancárias, realizadas por empresas de seguros, financeiras e clubes de benefício. Uma investigação revelou que esses débitos automáticos, sem autorização dos beneficiários, comprometem até 25% do valor de aposentadorias de um salário mínimo.
A equipe de reportagem do uol, identificou três grandes grupos empresariais envolvidos nessas práticas, acumulando juntos mais de 54 mil processos na Justiça. Muitos dos aposentados alegam nunca terem contratado os serviços cobrados e apontam que documentos utilizados pelas empresas apresentam assinaturas falsas.
O caso também expõe fragilidades nos procedimentos bancários de débito automático, além da possível obtenção irregular de dados pessoais dos aposentados. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) identificou indícios de irregularidades na atuação de ao menos uma seguradora, mas ainda não tomou medidas contra a empresa.
O impacto financeiro dessas cobranças é significativo. Uma das companhias investigadas registrou um crescimento de mais de 1000% na venda de apólices de seguro nos últimos três anos, um número desproporcional ao crescimento médio do setor. Apesar das denúncias e ações judiciais, muitas dessas empresas continuam operando e negam irregularidades, alegando que os débitos são legítimos.
Enquanto milhares de aposentados lidam com perdas financeiras, órgãos reguladores e o sistema judiciário buscam soluções para conter essa prática. A reportagem segue acompanhando os desdobramentos do caso e trará novas informações conforme as investigações avançam.