A tecnologia no auxilio de professores e à serviço da inclusão
Em um cenário onde a inclusão escolar ainda é um desafio, a startup Prova Adaptada surge como uma solução inovadora para auxiliar professores a personalizar avaliações e atividades pedagógicas para alunos neurodivergentes. Fundada por Fábio Tavares e Cadu Arruda, a plataforma utiliza inteligência artificial e protocolos científicos para adaptar provas em apenas 30 segundos, garantindo acessibilidade sem perder a essência do conteúdo.
Da dificuldade à solução
A ideia nasceu da experiência pessoal de Fábio, pai de dois jovens – um com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outro com TDAH. Após ouvir prognósticos desanimadores sobre o futuro acadêmico de seus filhos, ele viu ambos ingressarem na faculdade. Essa trajetória o motivou a criar, junto com Cadu, uma ferramenta que facilitasse a adaptação de materiais escolares para estudantes neurodivergentes.
Cadu, CEO da startup, explica: “Percebemos um gargalo no dia a dia do professor, que era justamente adaptar as provas para esses alunos. Muitos não têm formação para isso, e a plataforma veio para resolver esse problema.”
Como funciona?
A Prova Adaptada é um SaaS (Software as a Service), onde escolas pagam uma assinatura mensal para acessar o sistema. O professor insere a prova ou atividade, seleciona as neurodivergências a serem contempladas (como TEA, TDAH, dislexia, baixa visão ou discalculia) e, em meio minuto, recebe uma versão adaptada.
O processo segue um protocolo validado por 20 universidades, incluindo USP, Unicamp e Unesp, e pela Associação Brasileira de Dislexia (ABD). As adaptações mantêm o nível de dificuldade, mas ajustam a linguagem, formatação e estrutura para melhor compreensão dos alunos.
Impacto na educação
Desde seu lançamento em agosto de 2024, a plataforma já atende 50 escolas particulares em estados como São Paulo, Manaus, Porto Alegre e Ceará. Entre os benefícios relatados estão:
- Economia de tempo para professores, que podem focar em outras atividades pedagógicas.
- Maior engajamento dos alunos neurodivergentes, que se sentem valorizados ao realizar as mesmas provas que seus colegas.
- Inclusão efetiva, preparando todos os estudantes para a convivência com a diversidade.
Futuro: expansão para escolas públicas e novas adaptações
O próximo passo da startup é atingir a rede pública, onde a demanda por inclusão é ainda maior. “Queremos escalar para fazer a diferença, porque ali é a ponta que mais precisa”, afirma Cadu. Além disso, a plataforma deve incluir em breve adaptações para alunos com altas habilidades.
Com um investimento inicial de R$ 1 milhão, os fundadores já receberam interesse de investidores, mas mantêm o foco no impacto social. “Nosso objetivo é fazer neurociência e pedagogia andarem juntas, sem deixar nenhum aluno para trás”, conclui Fábio.
Fonte: Projeto Draft