A idade e a genética são fatores determinantes para o desenvolvimento do Alzheimer, mas uma nova pesquisa sugere que a eficiência celular na produção de energia pode desempenhar um papel crucial na prevenção da doença.
O estudo, publicado na revista Nature Communications, apresenta o conceito de “idade bioenergética”, um indicador da capacidade das células de gerar energia, distinto da idade cronológica. De acordo com os pesquisadores, essa medida pode influenciar diretamente o risco de desenvolver Alzheimer e pode ser melhorada por meio de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos.
Descobertas da pesquisa
Os resultados mostram que a melhora da idade bioenergética pode retardar a progressão do Alzheimer com eficácia comparável à de medicamentos como o lecanemab, mas sem os efeitos colaterais associados aos tratamentos farmacológicos. Segundo Jan Krumsiek, um dos autores do estudo, isso pode representar uma alternativa viável para pacientes e profissionais da área médica.
Além disso, a pesquisa sugere que o Alzheimer não evolui da mesma forma em todas as pessoas com sinais iniciais da doença. A eficiência na produção de energia celular pode ser um fator determinante, possibilitando que alguns indivíduos permaneçam cognitivamente saudáveis por anos, apesar das alterações neurodegenerativas.
Os cientistas identificaram um marcador de risco associado à idade bioenergética: os níveis de acilcarnitina no sangue, composto ligado ao metabolismo energético. Pacientes com menores níveis dessa substância apresentaram um declínio cognitivo mais lento, semelhante ao observado em indivíduos sob tratamento com medicamentos específicos.
Próximos passos
O estudo abre caminho para o desenvolvimento de testes que avaliem a idade bioenergética dos pacientes e possibilitem tratamentos personalizados, incluindo mudanças no estilo de vida, para reduzir o risco de Alzheimer.