Uma abordagem revolucionária com células-tronco demonstrou avanços na recuperação de funções motoras em dois de quatro pacientes com lesões graves na medula espinhal, de acordo com cientistas japoneses responsáveis pelo estudo. Este é o primeiro ensaio clínico desse tipo no mundo.
O tratamento utiliza células iPS (células-tronco pluripotentes induzidas), obtidas a partir de células adultas e reprogramadas geneticamente para se transformarem em qualquer tipo de célula, dependendo do local onde são implantadas. No ensaio clínico, dois milhões de células iPS foram transplantados para a medula espinhal dos pacientes. A Universidade de Keio, que lidera a pesquisa, anunciou na última sexta-feira que dois dos pacientes apresentaram melhorias significativas na função motora.
Segundo o professor Hideyuki Okano, da Universidade de Keio, este marco representa “resultados inéditos no tratamento de lesões na medula espinhal com células iPS”. O principal objetivo da pesquisa foi assegurar a segurança do método, mas os resultados são encorajadores.
Entre os beneficiados está um idoso que sofreu um acidente e agora consegue ficar em pé sem apoio, enquanto realiza treinamentos para voltar a caminhar, relatou a emissora pública NHK. Apesar dos resultados promissores, a equipe médica restringiu o estudo a pacientes com lesões recentes, ocorridas entre 14 e 28 dias antes do procedimento.
O projeto, autorizado pelas autoridades japonesas em 2019, enfrentou atrasos devido à pandemia de COVID-19. Detalhes específicos sobre os pacientes permanecem confidenciais, mas os avanços sugerem um potencial transformador na área de tratamentos para paralisia.